Um projeto piloto de energia solar da Oxfam está mudando para melhor a vida dos moradores de um pequeno vilarejo no nordeste de Gana, na África. Com a energia gerada pelos painés solares, eles agoram podem estudar à noite, coletar água potável sem precisar andar grandes distâncias e armazenar vacinas no posto de saúde local.
Dez residências de Kpatua já receberam os painéis solares para serem instalados nos telhados das casas, além de 100 lâmpadas LED para serem espalhadas por outras residências, e uma bateria para armazenar energia. Outros equipamentos estão sendo usados na escola primária e no posto de saúde da comunidade, e também em um recém-instalado poço de água potável.
Felicia Ayaawin está muito feliz com o novo poço. Ela agora pode pegar água potável sem se preocupar. Felicia lembra que, certa vez quando foi pegar um pouco de água para sua família, encontrou roupas sujas no antigo – e único – poço da comunidade. “Fiquei triste, mas não tinha outra opção – era o único poço.” Agora, ela pode tirar água limpa de uma torneira conectada a um tanque de 450 litros, que é enchido todo dia por uma bomba elétrica ligada a 10 painéis solares que geram 1.800 watts. “Quando instalaram o sistema e ligaram, enchi todos meus potes e baldes, e gritei para todas as outras mulheres virem pegar água. Fiquei tão feliz! Eu nunca tinha enchido todos os meus potes antes.” O novo poço foi instalado pela Estação Agrícola Presbiteriana em colaboração com a Oxfam, como parte do projeto-piloto de energia solar.
Gocker Kwesi Musah, professor da escola primária de Kpatua, diz que a energia solar trouxe grandes melhorias. Duas grandes baterias ajudam a escola armazenar energia para iluminar as salas de aula durante a noite.
“Temos agora eletricidade para ligar computadores e estamos ensinando estudantes a como usar o equipalmento. Quando damos deveres de casa, eles podem fazer suas tarefas à noite sem ter que pedir aos pais que segurem uma lanterna. O aprendizado segue durante a noite porque os alunos agora têm eletricidade em suas casas.”
Latana Ganda, enfermeira de 26 anos da posto de saúde do vilarejo, diz que tinha que andar cerca de 10 quilômetros até Garu, uma cidade próxima com eletricidade, para pegar vacinas e pacotes com gelo, e levar de volta tudo que não foi usado no final do dia.
“Agora, com a geladeira solar”, diz ela, “não precisamos ir todos os dias, e usamos bem menos combustível.” Fica mais fácil vacinar as crianças, mantendo-as saudáveis. As baterias solares do posto de saúde ajudam a enfermeira atender melhor as emergências à noite, além de manter a geladeira ligada.
Na próxima fase de testes, o plano é bombear água do ‘poço solar’ para o campo durante a temporada de seca, para que os moradores possam plantar alimentos. Nessa época de seca, os moradores costumavam migrar para partes diferentes do país em busca de trabalho.
Mas alguns moradores locais não estão esperando para testar a ideia. Felicia Ayaawin e seu marido plataram alguns pés de tomate no verão com a água que conseguiram no poço. Felicia vê o potencial da iniciativa para sua família e para o vilarejo inteiro, de plantar e colher mais com a água bombeada pela eletricidade do sol.