O nosso curta-documentário Tem Floresta em Pé, Tem Mulher foi exibido no último dia 7/12 no quilombo Itacoã Miri, em Acará (Pará) para uma convidada especial, a diretora de Educação, Gênero e Igualdade do Reino Unido, Alice Hebert. Participaram também da exibição representantes da Oxfam Brasil, da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu), entre outros.
A representante do governo britânico foi recebida por mulheres da comunidade, com direito a danças e músicas tradicionais locais, e em seguida pode assistir ao filme Tem Floresta em Pé, Tem Mulher. Após a exibição, Selma Gomes, coordenadora da área de Justiça Climática e Amazônia da Oxfam Brasil explicou detalhes da campanha lançada junto com o filme e também a parceria feita com a Conaq, CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas) e MIQCB (Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu).
Resistência feminina na floresta
As lideranças do quilombo Itacoã Miri falaram em seguida, expondo as principais demandas das comunidades locais, como o acesso à água potável e à educação.
“Nós mulheres somos resistentes, que nem a árvore. Você corta o tronco e ela brota novamente. Me sinto lisonjeada de fazer parte desse projeto (Tem Floresta em Pé, Tem Mulher)”, afirmou Ana, tesoureira da Malungu, Ana Maria Leal.
“É absolutamente prazeroso e um privilégio estar aqui”, afirmou Alicia Hebert. “Quando eu cheguei e vocês estavam dançando, quando eu experimentei a comida que vocês fizeram aqui, me fez lembrar da minha própria infância porque eu nasci e cresci no Caribe; e essa dança é como a gente faz na minha comunidade. Algumas das comidas que vocês produzem aqui é o que eu comia quando era criança. Portanto eu senti que sou parte de uma história compartilhada com vocês. Eu já visitei muitas comunidades pelo meu trabalho e de alguma forma nessa comunidade eu me sinto como se estivesse em casa.”
Alicia disse ainda que o filme Tem Floresta em Pé, Tem Mulher revela a conexão das pessoas com a floresta e com a terra, e como se cultiva a história das pessoas e a trasmite para as próximas gerações. “Isso demonstra o poder da mulher, e a luta contra os desafios irão continuar. E o que vocês estão fazendo também, além de guardar a floresta, preservar a floreta, é que vocês também estão demonstrando que vocês estão lutando contra a discriminação, vocês estão lutando contra a desigualdade, vocês estão lutando contra a marginalização. E isso é muito, muito poderoso.”
Assista ao trailer: