O sonho adiado de um confeiteiro
Matheus Lopes tem 18 anos, é carioca e morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. É voluntário da ONG Educap (Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção), fundada em 2008 por moradores de diferentes comunidades do Complexo do Alemão. A Educap promove cursos de reforço escolar, corte e costura, gastronomia, ações de promoção de direitos humanos, saúde e defesa da cidadania.
Matheus trabalha em uma padaria na Zona Norte da cidade, onde também trabalha sua mãe. É o seu primeiro emprego. Ele se alistou no Exército e hoje aguarda a convocação. Mora com a mãe, o padastro e duas irmãs e três irmãos. Da família, apenas ele e a mãe trabalham. O padastro está desempregado.
Apesar das dificuldades enfrentadas com a chegada da pandemia de coronavírus, Matheus segue estudando. Está no primeiro ano do ensino médio. No início da pandemia, acompanhava as aulas online, mas depois teve problemas com a conexão de seu celular e passou a ir na escola (pública, que fica no bairro Nova Brasília, no Complexo do Alemão) para pegar as apostilas de estudo e fazer as lições em casa.
O sonho de Matheus é ser confeiteiro. Está procurando um curso para fazer, mas hoje não tem os recursos financeiros para isso. “Se eu pudesse realizar um sonho hoje seria o curso de confeiteiro. Eu gosto muito de fazer bolo. Isso iria mudar minha vida, poderia ganhar meu dinheiro e ter as coisas que eu sempre quis e nunca pude ter.”