O mundo celebrou domingo passado (22 de março) o Dia Mundial da Água. Com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância desse recurso para a sobrevivência de todos os seres vivos, o Dia Mundial da Água foi criado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (a Rio Eco-92). A data é importante também para que você entenda como a falta de água pode colocar vidas em risco.
Assim, 28 anos após a criação do Dia Mundial da Água, essa pauta ainda é mais urgente. Milhares de pessoas no mundo vivem as terríveis consequências de não ter acesso a esse bem tão precioso e necessário para nossas vidas.
Segundo um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso à água potável.
Acesso à água limpa salva vidas
A água garante a vida, os nossos alimentos e as condições de higiene e saneamento que evitam contaminação e doenças. No entanto, as extremas desigualdades de acesso à água e saúde pública significam que os mais pobres e vulneráveis têm mais riscos de contrair doenças por falta de acesso a ambos.
Uma pessoa só consegue viver três dias sem água, contra 12 dias sem alimentos. Estima-se que cada pessoa precise de 15 litros de água por dia para beber, cozinhar e se lavar, condições mínimas para se ter uma vida digna.
Segundo este relatório da ONU, doenças causadas por água suja e falta de saneamento básico matam mais pessoas a cada ano do que todas as formas de violência, incluindo guerras, tornando este um dos problemas de saúde mais urgentes do mundo.
A desigualdade no acesso à água
O acesso à água limpa está profundamente ligado à pobreza. A escassez e a baixa qualidade da água, além do saneamento inadequado, impactam negativamente a segurança alimentar, as opções de subsistência e as oportunidades educacionais para famílias pobres em todo o mundo. Além disso, a dificuldade de acesso impacta principalmente mulheres e meninas, que passam inúmeras horas buscando água em longas distâncias, ficando assim expostas a diversos perigos.
Essa é uma situação recorrente em campos de pessoas deslocadas em todo o mundo, em países atingidos por secas extremas ou inundações, mas é também a realidade nas periferias dos grandes centros urbanos.
O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos revelou que os mais pobres têm maior probabilidade de ter acesso limitado a água e saneamento adequados. Isso porque casas urbanas com água encanada tendem a pagar muito menos por litro de água na conta do que pessoas pobres que moram em favelas e que muitas vezes precisam comprar água de caminhões, gastando cerca de 10 a 20 vezes mais.
COVID-19 e falta de água: uma tragédia anunciada
Vivemos hoje uma das maiores crises de saúde mundiais da história com a pandemia de COVID-19, o coronavírus. Assim, sabemos que lavar as mãos com água e sabão é a principal arma para de enfrentar essa doença.
Porém, surge a questão: como ficam as pessoas que não têm acesso à água? Seja em campos de refugiados, seja nas periferias e favelas em todo o mundo, a falta de água é rotineira e o surgimento da pandemia coloca essas pessoas, as mais vulnerabilidades, ainda mais em risco.
Além de não haver água, não há condições mínimas de saneamento, não à acesso à sabão, não sequer a possibilidade de fazer o isolamento social quando muitas pessoas precisam dividir pequenos espaços. O coronavírus para essas pessoas se torna uma ameaça ainda mais mortal.
Como a Oxfam pode ajudar
Água é uma das especialidades da Oxfam. Por quase 80 anos a Oxfam vem disseminando práticas de higiene em todo o mundo, mostrando a importância de lavar bem as mãos e como isso pode evitar doenças contagiosas e salvar vidas.
As ações se concentram em levar água potável em situações de emergência humanitária, instalando estruturas sustentáveis em comunidades desfavorecidas, promovendo hábitos de higiene, ensinando famílias como lavar a mãos com sabão, e como utilizar latrinas para prevenir a propagação de epidemias e reduzir doenças, como diarreia e desnutrição infantil.
Assim, a rede Oxfam já está reforçando suas ações globais de acesso à água e promoção de higiene em comunidades em situação de maior vulnerabilidade, incluindo a distribuição de sabonetes, instalação de pontos de água e disseminação de práticas de saúde. Nesse momento elas são ainda mais vitais para conter a propagação do coronavírus COVID-19.
Juntamente com outras 35 organizações, a Oxfam Brasil esta apoiando a criação de um programa de renda básica emergencial para ajudar milhões de brasileiros a atravessarem essa crise sem precedentes.
Como você pode ajudar
O coronavírus COVID-19 não conhece fronteiras. Mas a solidariedade também não. Não é a primeira crise que vamos enfrentar, mas juntos vamos conseguir, cuidando especialmente daqueles que mais precisam.
Você faz a sua parte fazendo o distanciamento social, lavando bem suas mãos, mas como pode ajudar as milhares de pessoas que não tem essa possibilidade?
Como você viu, estamos nos mobilizando para proteger e dar mais dignidade às pessoas que se encontram em maior vulnerabilidade social e econômica. Mas isso só é possível com recursos de doações e, por isso, precisamos de você.
Contribua e nos ajude a continuar fazendo esse trabalho.