“A prioridade é sobreviver e dar uma vida melhor para meu filho”
Depois de dar à luz ao seu filho, em março de 2020, Tatiana dos Santos, de 24 anos, saiu do barraco onde vivia com o marido, na Cidade Estrutural, e foi morar na casa da sogra, na mesma comunidade. Antes da pandemia, vivia de bicos e trabalhos temporários, além do Bolsa Família. Mas devido a complicações na gestação, não pode mais trabalhar e a situação se complicou.
Nas primeiras semanas da pandemia, o fluxo de pessoas circulando pela comunidade diminuiu bastante, mas por necessidade de trabalhar — e também um pouco de descaso, afirma Tatiana —, as pessoas voltaram pouco a pouco para as ruas. “Muita gente não tinha outra opção. Era isso ou morrer de fome.” A sogra de Tatiana, por exemplo, é empregada doméstica e continua trabalhando — os patrões vão buscá-la de carro.
Tatiana tem tentado se manter positiva, apesar de acreditar que ainda vai demorar para o cenário melhorar. Ela tem como sonho poder terminar de construir uma casa que ela e o marido estão erguendo nos fundos do terreno da casa da sogra, e dar uma vida melhor para o filho. Mas tem consciência de que isso ainda vai levar muito tempo. “Enquanto estivermos nessa situação, a prioridade é sobreviver”.